Especialista em sono, o psicólogo britânico Matthew Walker fez um vídeo, quando do lançamento do seu livro Por que nós dormimos? descrevendo o que ocorre no cérebro quando sonhamos.
Conforme o neurocientista, o sonho é um momento em que todos nós nos tornamos funcionalmente psicóticos.
E justifica: primeiro você vê coisas reais que não existem (alucinação).
Depois, passa a acreditar em coisas que não são reais (delírio) e, finalmente, você fica confuso sobre tempo, lugar e pessoa, numa flagrante crise de desorientação.
Mas a coisa não para por aí: durante os sonhos, as emoções se descontrolam, caracterizando uma labilidade emocional e, quando acorda depois de viver tudo isso, geralmente não se lembra de nada.
Conclusão: você está com amnésia. Ou seja, se você experimentasse qualquer desses sintomas acordado, provavelmente teria que se submeter a um tratamento psicológico e psiquiátrico.
Afinal, sonhar é bom ou não?
É bom.
Como é do conhecimento de muitas pessoas, os sonhos acontecem durante um estado do sono chamado de "movimento rápido dos olhos" (R.E.M.), e oferecem dois benefícios principais para o nosso cérebro.
O primeiro deles é um incremento na criatividade, que acontece quando o cérebro confronta as informações recém-aprendidas com o "catálogo" de informações autobiográficas armazenadas no cérebro.
Isso resulta em novas conexões que Walker chama de "alquimia informacional", quando, através de associações realizadas em uma mente revisada, conseguimos elaborar novos insights para problemas não resolvidos antes de dormir.
Para o cientista, a expressão "dormir sobre um problema" é plenamente justificável, pois é possível acordarmos com novas soluções.
O segundo benefício do sono com sonhos é funcionar como uma verdadeira terapia, pois é durante esse tipo de sono que conseguimos tirar a dor de experiências emocionais difíceis, garante Walker.